Antibióticos
A descoberta dos antibióticos foi um dos grandes avanços da medicina do século XX. No início do século XXI, o problema das infeções resistentes aos antibióticos é dos mais preocupantes da saúde pública.
As bactérias têm uma capacidade de adaptação muito maior do que os outros seres mais complexos e replicam-se muito mais depressa (de 20 em 20 minutos).
Durante muitos anos usaram-se os antibióticos como remédio infalível para todas as situações. Qualquer pessoa se automedicava com antibiótico para um simples resfriado.
As bactérias inicialmente, na sua forma “selvagem”, são suscetíveis aos antibióticos, posteriormente vão adquirindo resistências. Estas resistências devem-se a dois tipos de mecanismos: mutação (pouco frequente) e integração de material genético de outra bactéria que já tem resistência.
A nossa pele e mucosas são colonizadas por bactérias que são essenciais para o normal funcionamento destes sistemas. O nosso sistema imunitário consegue manter o equilíbrio, destruindo por exemplo as bactérias que entram na circulação. Este mecanismo complica-se nos imunodeprimidos, nas crianças e idosos com um sistema imunitário menos ativo.
Em Portugal, o uso indiscriminado de antibióticos, tanto nos humanos como na medicina veterinária, levou a taxas de resistência das mais elevadas da Europa.
A DGS está agora muito empenhada em definir orientações terapêuticas e normas para racionalizar o consumo de antibióticos.
É muito importante a consciencialização da comunidade quanto ao perigo do uso errado de antibióticos.
Nos casos de infeção, seja qual for a localização, é fundamental a análise microbiológica do produto.
Mediante o resultado, com a identificação do microrganismo causador da infeção é fornecido o antibiograma, ou seja, o estudo da suscetibilidade do microrganismo isolado aos antibióticos. Com estes dados o clínico toma a decisão sobre o antibiótico e a dosagem a usar para cada caso.