Mamografia

Estudo da Sensibilidade Alimentar

Relevância do Cancro Colorretal e das formas de Rastreio e Prevenção

O cancro do cólon e recto (CCR) é uma patologia que, pela sua elevada incidência e mortalidade, tem elevado impacto social e económico.

De acordo com dados recentes, em Portugal, cerca de 10000 pessoas são diagnosticadas com CCR todos os anos (a sua incidência é mais elevada do que a dos cancros da mama e próstata). Para além de ser muito frequente é uma doença grave, cuja mortalidade se aproxima dos 45% (morrem cerca de 11 portugueses por dia com esta doença). Este impacto social pode ser minimizado pela adoção de estratégias de rastreio de CCR que, comprovadamente, são custo-eficazes na redução da mortalidade por esta neoplasia.

Tendo em conta a elevada prevalência, a gravidade e a eficácia do rastreio do CCR, as entidades nacionais (Direção Geral de Saúde, Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva, entre outras) têm vindo a promover ações de informação à população e à comunidade médica acerca da relevância deste problema bem como das formas conhecidas de prevenção primária e secundária.

Segundo as recomendações internacionais, a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes por método imunoquímico são os métodos de rastreio de 1ª linha a propor no rastreio do CCR. Entre os dois métodos, apesar de mais invasivo, a colonoscopia apresenta sensibilidade e especificidade mais elevada com a possibilidade de diagnóstico e cura das lesões precursoras de CCR (pólipos do cólon e reto). Dessa forma, todas as pessoas com 50 ou mais anos de idade (ou mais jovens se tiverem história familiar de CCR) deverão ser incluídas em programas de rastreio de CCR de forma a diagnosticar precocemente ou até evitar o aparecimento da doença.

Artigo por: Prof. Dr. Paulo Salgueiro
Responsável da Gastroenterologia do Centro Médico da Praça – São João da Madeira
Especialista de Gastroenterologia do Hospital Santo António – Porto

Rectosigmoidoscopia

Outubro Rosa – Cancro da Mama

Em Portugal e em diversos países, o mês de outubro é conhecido como “Outubro Rosa”, em celebração do Mês de Consciencialização do Cancro da Mama.

Este ano, a Liga Portuguesa Contra o Cancro está a promover o Outubro Rosa com a finalidade de consciencializar para a prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama, nomeadamente através do Rastreio, e divulgar informação e formas de apoio à mulher e família.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Oncologia, o cancro da mama é o tipo de cancro mais comum nas mulheres portuguesas. Todos os anos, mais de 7000 mulheres são diagnosticadas com cancro de mama e cerca de 1800 morrem da doença.

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento do cancro da mama.
A Sociedade Portuguesa de Oncologia também sensibiliza as mulheres para que façam mamografias e auto exames o mais rápido possível, mesmo que não suspeitem de que algo possa estar errado.

Se diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%. A prevenção e diagnóstico precoce são fundamentais para a cura e manutenção da qualidade de vida da mulher.

Mamografia, o principal exame de diagnóstico de Cancro da Mama
A mamografia de alta resolução é um exame de imagem que usa raios-x de baixa dosagem, para criar imagens de alta resolução da mama. Esta tecnologia é usada para detetar pequenas anormalidades no tecido mamário que podem não ser visíveis numa mamografia padrão.
A mamografia de alta resolução é particularmente útil para as mulheres com tecido mamário denso, o que pode dificultar a deteção de anormalidades numa mamografia padrão.
Esta tecnologia também é útil para mulheres que fizeram cirurgias mamárias anteriores, pois pode ajudar a identificar qualquer tecido anormal remanescente.

Saiba onde pode fazer este exame:

Clínica CMP Ovar
Estrada de São João 309, 3884-909 Ovar | 256 590 040 (chamada para a rede fixa nacional)

First Clinics
Avenida do Brasil 1112, 3700-068 S. João da Madeira | 256 064 865 (chamada para a rede fixa nacional)

GRA – Gabinete de Radiologia de Azeméis
Rua Doutor Leopoldo Soares Reis 50, 3720-124 Oliveira de Azeméis | 256 661 200 (chamada para a rede fixa nacional)

Ecofeira
Avenida 25 de Abril 19D, Santa Maria da Feira | 256 365 089 (chamada para a rede fixa nacional)

Osteodensitometria

Mortes associadas ao Exercício Físico

Sabia que as mortes associadas ao exercício físico ocorrem, quase na totalidade, em praticantes de meia-idade e nas atividades físicas de lazer?

Pouco se tem escrito sobre a ocorrência de paragem cardíaca súbita (PCS) durante as atividades físicas recreativas e de lazer. É vulgar associar-se o desporto de lazer à prática de exercícios de baixa intensidade e baixo nível de stress, o que nem sempre é verdade.

O exercício físico de baixa intensidade é considerado muito seguro e os seus efeitos benéficos são recomendados em todas as idades e em quase todas as situações.
O esforço intenso e o stress associado à competição, por outro lado, são gatilhos que podem originar a PCS e o enfarte do miocárdio.

Um estudo prospetivo, recentemente publicado* e que envolveu a população de Paris, de 2005 a 2018, demonstrou que 94,7% das 377 PCS associadas ao exercício físico ocorreram em praticantes de meia-idade e em desportos recreativos. Os autores salientaram, a propósito das medidas de prevenção deste evento, as duas estratégias fundamentais: triagem sistemática dos praticantes através do exame médico-desportivo e medidas de reanimação (RCR) imediatas no terreno, que devem incluir o uso muito precoce do desfibrilador automático externo (DAE).

A causa de morte mais frequentemente identificada foi a doença das artérias coronárias (68,7%), seguida das miocardiopatias (16,9%) e as cardiopatias elétricas (9,6%). A PCS foi presenciada em 347 casos (92,3%) e as manobras de reanimação foram iniciadas em 258 casos (68,4%). O DEA foi usado no terreno antes da chegada do serviço médico de emergência em apenas 38 casos (10,5%). Nestes casos, constatou-se também que poucos espectadores estavam cientes da mudança de regulamentação que possibilita, desde 2007, a utilização do DEA por leigos, e como tal destacaram a necessidade de educar o público para permitir o uso mais generalizado do desfibrilador.

A baixa eficácia do exame médico-desportivo na identificação dos indivíduos em maior risco de morte súbita tem sido apontada em vários estudos recentes, em particular quando se trata da doença coronária. Porque a doença aterosclerótica coronária é a principal causa de PCS nos praticantes de meia-idade, a melhoria do rastreio da aterosclerose arterial na população em geral e em particular nos atletas e praticantes com idade superior a 35 anos que desejam praticar atividades desportivas de lazer deverá ser objeto de profunda reflexão. O uso de técnicas de imagem (score de cálcio coronário, angiotac e angiografia coronária) para o diagnóstico estrutural da doença coronária e os testes funcionais de isquemia miocárdica (ressonância magnética e cintigrafia miocárdica com estudo da perfusão e a prova de esforço) para a estratificação do risco são atualmente os melhores recursos.

De salientar, por fim, que o exercício físico intenso e o stress foram os dois fatores-gatilho que mais frequentemente explicaram a ocorrência destes eventos em portadores assintomáticos de lesões não críticas, o que, juntamente com a elevada eficácia do tratamento médico na estabilização e mesmo na regressão da placa aterosclerótica, faz com que a utilização destes meios seja fundamental na prevenção a curto e a longo prazo.

A realização do exame de avaliação médico-desportiva é, nestes casos, fundamental. Nos atletas e desportistas mais velhos este exame incluirá exame clínico, cálculo do risco cardiovascular, eletrocardiograma de repouso e um teste de esforço máximo em tapete rolante, entre outros.

*Bibliografia: Marijon e col. Evolution oflncidence, Management, and Outcomes Over Time in Sports-Related Sudden Cardiac Arrest.J Am Coll Cardiol. 2022Jan 25;79(3):238-246.

Exames Médico-Desportivos

  • Teste de Tilt (síncope e disfunção autonómica)
  • Prova de Esforço em tapete rolante e cicloergometro
  • Holter (24/48 horas e 7 dias)
  • Registo de Eventos (relógio)
  • ECG de repouso
  • Registo de Potenciais Tardios
  • Ecocardiografias
  • Doppler Carotídeo

Artigo por: Prof. Ovídio Costa
Especialista em Cardiologia

Doenças Cardiovasculares

Portugal tem mais de 5 mil pessoas com 100 ou mais anos e a previsão é para este número duplicar até 2050. Como as doenças cardiovasculares – o AVC e o Enfarte do Miocárdio – são as principais causas de morte no nosso país faz todo o sentido divulgar a sugestão do Prof. Braunwald, sugestão particularmente importante para o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos (e também para nós próprios).

Desde as primeiras descrições de metabolitos fúngicos isolados em culturas feitas por Akira Endo (1976), que as estatinas foram exaustivamente estudadas. Os últimos ensaios clínicos comprovaram 3 factos fundamentais:

  1. Eficácia das estatinas, isoladamente ou associadas a outros medicamentos, como por exemplo ezetimiba e inibidores da PCSK9;
  2. Redução da morbilidade e mortalidade cardiovascular, particularmente evidente nos casos em que se utilizaram doses mais elevadas de medicação e se conseguiram valores alvo de LDL (mau colesterol) mais baixos (< 55 mg/dl);
  3. Segurança, mesmo em doentes idosos.

Com base nestes e outros conhecimentos científicos recentes, o Prof. Eugene Braunwald explica a razão de ser desta sugestão (fig.1). Nesta figura estão representadas as 3 situações clínicas que documentam os conceitos fundamentais.

A linha vermelha indica a evolução da aterosclerose arterial em doentes com hipercolesterolemia familiar.

A hipercolesterolemia familiar é uma das causas genéticas mais frequentes da doença coronária prematura devido ao facto de, desde o nascimento, as crianças apresentarem valores muito elevados de colesterol (> 260-290 mg/dL). Acredita-se que a aterosclerose arterial se manifesta quando se atinge uma determinada carga total de colesterol/ano (tracejado amarelo) o que, nestes casos, ocorre muito precocemente, 20-40 anos nos homens e 40-60 nas mulheres (ponto B).

Na linha verde observamos a situação mais frequente na sociedade atual, em que os acidentes cardiovasculares ocorrem pelos 50 a 70 anos, altura em que, para valores médios muito mais baixos, se atinge este limiar (ponto A).

Obviamente que existem outros fatores muito importantes como o tabaco, a hipertensão arterial, a diabetes, que sabemos acelerar a evolução do processo aterosclerótico e/ou favorecendo a ocorrência do acidente cardiovascular (gatilho), como por exemplo o stress e o exercício físico intensos.

Na linha azul vemos o que o Prof. Braunwald nos propõe e que é a manutenção de valores alvo de colesterol, 60% inferiores aos valores atualmente considerados normais, de forma a atenuar o pendor da inclinação de progressão, atingindo-se o valor limiar (ponto C) apenas aos 100 anos.

Sabemos que esta hipótese documenta apenas um modelo conceptual fundamentado em evidências científicas recentes com possível aplicação na prática clínica diária. Servi-me dele para ilustrar as vantagens em recomendar taxas de colesterol mais baixas, de acordo com as recomendações mais recentes e um controlo mais eficaz dos fatores de risco cardiovascular, de forma a impedir a evolução ou mesmo erradicar a aterosclerose arterial e os acidentes cardiovasculares.

Prova de Tolerância à Lactose / Frutose

Permanecer 12 horas em jejum. Não fumar nem fazer exercício físico 1 hora antes da prova.

Não comer alimentos ricos em lactose e fibras (ex: cereais), 24 horas antes.

Não apresentar diarreia no dia anterior à prova.

Não tomar antibiótico no mínimo 2 semanas antes da prova.

Helicobater Pylori Respiratório

Permanecer 6 horas em jejum e sem fumar. Realizar, de preferência, o teste de manhã.

Se está submetido a tratamento com omeprazole, outro inibidor da bomba de protões, sais de bismuto ou antibióticos, deixar passar 2 semanas sem medicação antes de realizar o teste.

As confirmações do teste de Helicobater Pylori só devem ser efetuadas um mês após ter finalizado o tratamento.