Psicologia – Terapia de Casal

A terapia de casal é direcionada para casais com dificuldades no seu relacionamento, sejam estas ao nível comunicacional, sexual, familiar ou na gestão de conflitos.

É imprescindível que ambos os elementos do casal revelem disponibilidade e motivação para a mudança na relação.

Causas frequentes que motivam o pedido de terapia de casal:

  • Sentimentos persistentes de insatisfação na relação
  • Dificuldades de comunicação
  • Preocupação ou insatisfação sexual
  • Crise gerada por desafios ou circunstância do quotidiano (educação dos filhos, decisões financeiras, desemprego, morte de familiar,…)
  • Preparação para mudanças de vida (casamento, nascimento de filhos, saída de casa dos filhos, acolhimento dos pais idosos, …)

A terapia de casal tem por objetivo possibilitar ao casal adquirir uma noção clara dos problemas que afetam a dinâmica relacional, das necessidades que existem, e apoiar a mudança dos padrões relacionais estabelecidos e que não são adaptativos. Pode ainda constituir uma oportunidade para o casal conhecer, compreender, e integrar desejos e ambições individuais, numa vida partilhada. O foco da intervenção é a relação de casal, pelo que não é de esperar mudanças na personalidade dos elementos através deste tipo de terapia.

Psicologia – Terapia Familiar

A terapia familiar envolve todos os membros da família e procura evidenciar e rentabilizar as competências da própria família, ativando a sua participação na resolução dos seus problemas.

O levantamento dos determinantes históricos dos problemas familiares, o entendimento do contexto atual com os comportamentos indesejáveis e a comparação com o que é desejável para a família é de suma importância para a
mudança no processo de terapia familiar.

Terapeutas e elementos da família participam ativamente na análise do cenário histórico e presente, da elaboração do plano de mudanças e das transformações posteriores. Esta intervenção terapêutica tem como objetivo principal auxiliar a família na (re)conquista de relações saudáveis caracterizadas pelo respeito e pela procura conjunta de soluções para os desafios que vão surgindo.

Psicologia – Consulta do Adulto e do Idoso

Avaliação e intervenção psicológica / psicoterapia

A sociedade contemporânea exerce pressão, explícita ou implícita, para que o adulto responda às exigências profissionais, valorize o crescimento individual e seja flexível no exercício dos diferentes papéis sociais.

O individuo reparte-se numa multiplicidade de papéis procurando conciliar a vida pessoal, conjugal, familiar, social e profissional. É muito grande a pressão a que o adulto está sujeito na procura do equilíbrio entre estes diferentes papéis.

Esta rotina exaustiva aumenta os níveis de stress levando ao limite as fragilidades individuais que se revelam cada vez mais em sintomas e patologias como ansiedade, medos, pânico, depressão, dificuldades de relacionamento entre outras. Todo este cenário leva também a que os adultos manifestem mais dificuldades na gestão dos acontecimentos de vida associados a esta fase do seu desenvolvimento, nomeadamente casamento, maternidade/paternidade, mudança cargo/emprego, mudança de casa/localidade, morte de familiares.

Na generalidade das situações que contribuem para uma redução do bem-estar individual a intervenção psicoterapêutica facilita a construção de uma resposta, o que contribui para diminuição da angústia e sofrimento e consequentemente para o aumento da qualidade de vida.

Causas frequentes que motivam o pedido de consulta de psicologia do adulto e do idoso:

  • Perturbações do humor (ex: depressão, sentimento de tristeza, desanimo, apatia, baixa autoestima, isolamento, desmotivação, …)
  • Perturbações da ansiedade (ex: ansiedade, pânico, dificuldades de gestão do stress, ansiedade de separação)
  • Processos de luto (ex: dificuldades em lidar com perdas, ruturas, separações, …)
  • Dificuldade em lidar com as transições de vida (ex: adaptação à universidade, casamento, filhos, recasamento, gravidez, reforma, entrada para Lar …)
  • Perturbações de sono (ex: insónia, hipersónia, …)
  • Problemas relacionados com o emprego/estudo
  • Dificuldades com os filhos e/ou com os pais idosos
  • Problemas relacionados com a vida amorosa e afectiva
  • Problemas relacionados com o corpo e imagem corporal
  • Problemas relacionados com a Alimentação (anorexia, bulimia, vómitos, dificuldades em engolir, obesidade)
  • Problemas relacionados com a sexualidade
  • Dificuldades relacionais (amizades e vida social)
  • Problemas de saúde (dificuldades associadas à vivência da doença)

Processo Terapêutico

Na primeira consulta procura-se definir e analisar o problema apresentado, atendendo ao seu enquadramento no percurso de vida individual. É analisada a necessidade de continuar a avaliação da situação, identificando se é mais importante direcionar para outro técnico e/ou se há ou não a necessidade de consulta(s) posterior(es).

As sessões de psicoterapia decorrem com a periodicidade previamente acordada tendo uma duração de 50 a 60 minutos.

A psicoterapia é ancorada numa relação terapêutica colaborativa e de confiança com um/a psicólogo/a que dispõe das ferramentas técnicas que permitem otimizar a mudança. Sendo um processo colaborativo, o terapeuta e o cliente de forma continua, (re)identificam problemas, (re)definem objetivos, e (re)constroem o plano de intervenção.

O papel do terapeuta é ajudar a refletir, a reconstruir os significados individuais e a amplitude destes na vida pessoal, a desenvolver estratégias para a (re)assumir o controle da sua vida respondendo a situações desafiadoras de forma ajustada.

Avaliação psicológica de condutores

O atual Regulamento da Habilitação Legal para Conduzir (RHLC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 138/2012, de 5 de Julho, estabelece que a AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DOS CONDUTORES é obrigatória em três situações:

  • Candidatos a condutores do Grupo 2 (C1, C1E, C, CE, D1, D1E, D e DE), bem como para as categorias B e BE do Grupo 1, se os titulares exercerem a condução de ambulâncias, veículos de bombeiros, de transporte de doentes, transporte escolar de crianças e de automóveis ligeiros de passageiros de aluguer
  • Revalidações dos títulos de condução efetuadas a partir da data em que os seus titulares completem 50 anos de idade para o Grupo 2 (C1, C1E, C, CE, D1, D1E, D e DE), bem como para as categorias B e BE do Grupo 1, se os titulares exercerem a condução de ambulâncias, veículos de bombeiros, de transporte de doentes, transporte escolar de crianças e de automóveis ligeiros de passageiros de aluguer
  • Sempre que a avaliação psicológica seja recomendada na avaliação médica

A avaliação psicológica realizada no Centro Médico da Praça cumpre todos os requisitos legais para a condução automóvel, centrando-se na observação sistematizada das áreas percetivo-cognitiva, psicomotora e psicossocial. Desta forma possibilita realizar o rastreio de défices e/ou contraindicações do foro psicológico que possam constituir causas indiscutíveis de inaptidão para a condução automóvel.

Avaliação neuropsicológica do adulto e idoso

A avaliação neuropsicológica do adulto e idoso permite identificar alterações ao nível comportamental, cognitivo e emocional em situações de patologia não degenerativa (ex: acidente vascular cerebral, traumatismo crânio-encefálico, …) ou de patologia degenerativa (ex: demências, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, …).

Desta forma é possível caracterizar de modo detalhado as capacidades do indivíduo que se encontram deficitárias e as que permanecem intactas.

A caracterização detalhada do perfil individual permite:

  • Apoiar a família e o individuo em decisões quanto ao tipo de suporte necessário para o normal desenvolvimento das atividades do dia-a-dia;
  • Estabelecer estratégias para manter a autonomia individual
  • Estabelecer os objetivos e identificar os recursos necessários para a reabilitação neurocognitiva
  • Contribuir para o diagnóstico diferencial de diferentes patologias, (ex: classificar subtipos de demência ou diferenciar sintomas neurológicos de psiquiátricos)
  • Contribuir para a monitorização dos efeitos terapêuticos de uma intervenção, (seja esta farmacológica e/ou de reabilitação neuropsicológica), apoiando a manutenção ou a reestruturação dos objetivos e recursos da intervenção

Reabilitação neuropsicológica do adulto e do idoso

A reabilitação neuropsicológica é um dos fatores que mais pode contribuir para a redução do défice cognitivo e das alterações comportamentais e emocionais identificadas na avaliação neuropsicológica. É considerada fundamental para a melhoria da qualidade de vida.

Assume como objetivos a recuperação e/ou compensação de défices resultantes de patologias não degenerativas (ex: acidente vascular cerebral, traumatismo crânioencefálico, …); estimulação naspatologias degenerativas (ex: demências, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, …) e do processo normal de envelhecimento cerebral.
É igualmente indicada para pessoas saudáveis que estejam interessadas em melhorar determinadas capacidades como, por exemplo, a memória e a atenção.

O processo de reabilitação neuropsicológica pode ainda integrar a consultoria a familiares e/ou cuidadores/as do indivíduo sobre a natureza das lesões, os seus efeitos,a forma mais adequada de lidar com as limitações apresentadas bem como expectativas de recuperação.

Psicologia – Consulta do Adolescente

Avaliação e intervenção psicológica / psicoterapia

A adolescência é uma fase da vida preenchida de novos desafios. Se por um lado é um período de reajustes, de desequilíbrio e reequilíbrio, por outro, é também um período de reconstrução, de descoberta e de novidade.

É um momento de extrema importância em que os jovens assumem a sua identidade e estruturam a sua personalidade, onde tudo é vivido com intensidade. É a fase desenvolvimental em que se “reconstrói” a relação com os progenitores e em que são estabelecidas novas ligações relevantes (de amizade, de namoro…). Simultaneamente o adolescente tem que lidar com um corpo em constante transformação, com as pressões vindas dos pares e da escola e com a necessidade de se descobrir a si mesmo e ao mundo. Na gestão destas mudanças surgem por vezes dificuldades que exigem uma intervenção psicoterapêutica atempada para evitar que dificuldades transitórias se cristalizem na personalidade e interfiram no seu futuro enquanto adultos.

Causas frequentes que motivam o pedido de consulta de psicologia do adolescente:

  • Perturbações da ansiedade (ex: ansiedade, medo de apresentar trabalhos à turma, medo de separação dos pais, pânico, dificuldades de gestão do stress, ansiedade de
    separação)
  • Perturbações do humor (ex: depressão, sentimento de tristeza, desanimo, apatia, baixa autoestima, isolamento, desmotivação, falta de energia, falta de interesse,
    irritabilidade …)
  • Perturbações do comportamento (ex: alteração do comportamento habitual, agressividade, desobediência, oposição, inibição, agitação, …)
  • Perturbações de eliminação (enurese e encoprese)
  • Problemas de sono (ex: insónia, instabilidade, …)
  • Dificuldades relacionais (ex: com os pares, adultos, familiares, …)
  • Problemas relacionados com o insucesso ou integração escolar
  • Problemas relacionados com o consumo de substâncias (droga, álcool etc.)
  • Défice de atenção e hiperatividade
  • Bullying (intervenção com vítimas e agressores)
  • Processos de luto (ex: dificuldades em lidar com morte de familiar ou amigo, ruturas, separações, …)
  • Dificuldades relacionais com os pais
  • Problemas relacionados com a vida amorosa e afetiva
  • Problemas relacionados com o corpo e imagem corporal
  • Problemas relacionados com a Alimentação (anorexia, bulimia, vómitos, dificuldades em engolir, obesidade)
  • Problemas associados à vivência da sexualidade
  • Dificuldades relacionais (amizades e vida social)

Processo Terapêutico

Usualmente o adolescente vem à primeira consulta acompanhado por pelo menos um dos progenitores. Se o adolescente quiser entrar sozinho, os pais esperam e entram só no final da sessão. Nesta primeira consulta faz-se uma primeira narrativa quanto ao pedido, sendo este enquadrado no percurso desenvolvimental do adolescente e na sua história
familiar. É combinado o processo de avaliação.

Numa segunda consulta terá inicio o processo de avaliação psicológica junto do adolescente, usualmente sem a presença dos pais. Podem ser alvo de avaliação diferentes áreas desenvolvimentais, nomeadamente: funcionamento socio-afetivo, competências intelectuais, desempenho académico/Insucesso escolar, comportamento e socialização. O processo de avaliação psicológica do adolescente pode demorar entre 3 a 5 consultas.

Concluído o processo de avaliação é realizada uma consulta com o adolescente, estando presente o pai e/ou a mãe onde são expostos os resultados da avaliação e a proposta de intervenção.

A psicoterapia individual, se necessária, decorre em sessões com uma duração entre 45 e 50 minutos (com exceção da primeira que pode ter uma duração superior) numa periodicidade pré-estabelecida. Considera-se pertinente que seja acordado com o adolescente, o pai e a mãe o número de sessões a realizar, e que no final destas seja realizada uma reavaliação conjunta de todo o processo.

A psicoterapia disponibiliza um espaço “neutro”, com uma escuta específica e atenta de um profissional que é o Psicólogo para que o adolescente se possa sentir à vontade para falar de suas angústias, desejos, anseios, medos, ideias e dúvidas.

A psicoterapia contribui para a melhoria da qualidade de vida do adolescente visando não apenas a resolução das dificuldades sentidas, mas também promovendo os seus próprios recursos psicológicos. Na adolescência a intervenção psicoterapêutica contribui fortemente para a estruturação da identidade e da personalidade de forma saudável e coesa.

Dificuldades Especificas de aprendizagem

Igual à da criança que foi escrita tendo em conta criança/adolescente.

Orientação escolar e desenvolvimento de Carreira

Um dos aspetos importantes no trajeto escolar de um adolescente prende-se com a construção de um projeto de vida futura no âmbito profissional. O aconselhamento de carreira tem por objetivo apoiar o adolescente na sua tomada de decisão quanto ao seu percurso escolar, procurando simultaneamente promover a sua maturidade vocacional.

A consulta pretende:

  • Promover a exploração do “self”, pela análise da avaliação de capacidades e interesses
  • Guiar a exploração da informação relativa ao mundo escolar e profissional
  • Promover um maior envolvimento pessoal na construção do seu projeto de vida académica/profissional, criando uma maior autonomia e responsabilização no processo de tomada de decisão
  • Promover competências de tomada de decisão vocacional

O aconselhamento de carreira consiste num processo que permite que os indivíduos utilizem os seus recursos para gerir as suas carreiras, tendo em conta a faixa etária e a fase do ciclo de vida em que se encontram.

Psicologia – Consulta da Criança

Avaliação e intervenção psicológica da criança / Psicoterapia da criança

A consulta psicológica da criança tem como principais objetivos a promoção de um normal desenvolvimento psicoafetivo bem como a prevenção e tratamento de perturbações mentais e relacionais.

É muito comum, em algumas etapas, seja por influência de fatores internos ou externos, haver maior dificuldade por parte da criança para adquirir os recursos e competências imprescindíveis para iniciar as novas etapas.
A criança começa então a demonstrar alguma desorganização, a qual pode ser visível (por exemplo) através de dificuldades de relacionamento, dificuldade no controlo dos esfíncteres (enurese e encoprese),alterações no sono (pesadelos, dificuldades em adormecer, acordar varias vezes durante a noite), dificuldades de aprendizagem, alterações de comportamento.

Estes sinais/sintomas são a forma que a criança tem para comunicar ao adulto que está a ter dificuldades no seu processo de desenvolvimento. Na generalidade das situações uma intervenção psicoterapêutica atempada facilita a resolução destas questões, permitindo que a criança continue o seu processo normal desenvolvimento.

Causas frequentes que motivam o pedido de consulta de psicologia da criança:

  • Perturbações de ansiedade (ex: medo de separação dos pais e outros medos, fobias, …)
  • Perturbações do humor (ex: depressão, falta de energia, falta de interesse em brincar)
  • Perturbações do comportamento (ex: alteração do comportamento habitual, birras, oposição, inibição, agitação, agressividade, …)
  • Perturbações de eliminação (enurese e encoprese)
  • Problemas de sono (ex: insónia, instabilidade, terrores nocturnos)
  • Dificuldades alimentares
  • Dificuldades relacionais (ex: com os pares, adultos, familiares, …)
  • Problemas emocionais
  • Problemas motivacionais
  • Dificuldades de adaptação (ex: à escola, ….)
  • Défice de atenção e hiperatividade
  • Transições de vida (divórcio dos pais, luto, perdas…)
  • Perturbações de Alimentação
  • Bullying (intervenção com vítimas e agressores)
  • Perturbações do Espetro do Autismo
  • Perturbações da comunicação e da linguagem

Processo Terapêutico

A primeira consulta é usualmente realizada apenas com o pai e a mãe, sem a presença da criança. Neste primeiro contacto é realizada a entrevista de anamnese, é identificado o pedido, é enquadrada a problemática atual da criança no seu percurso desenvolvimental e na sua história familiar.

Numa segunda consulta terá inicio o processo de avaliação psicológica junto da criança, usualmente sem a presença dos pais. Podem ser alvo de avaliação diferentes áreas desenvolvimentais, nomeadamente: emocional, cognitiva, relacional (pares, família, escola) e despiste neurológico. O processo de avaliação psicológica da criança pode
demorar entre 3 a 5 consultas.

Concluído o processo de avaliação é realizada uma consulta com o pai e com a mãe (podendo, ou não, estar presente a criança) onde são explicados os resultados da avaliação e a proposta de intervenção.

A intervenção a realizar na infância privilegia, sempre que possível, um trabalho interdisciplinar entre os elementos dos diferentes contextos que a criança frequenta (mais especificamente, pais, psicólogo, educadores, professores entre outros) e os recursos existentes. O tipo de intervenção deve ser adequado às especificidades de cada criança e respetivas famílias podendo incluir psicoterapia individual, terapia familiar, aconselhamento parental, grupos terapêuticos, intervenção escolar entre outras possibilidades.

A psicoterapia individual, se necessária, decorre em sessões com uma duração entre 45 e 50 minutos numa periodicidade pré-estabelecida. Nestas sessões, o Psicoterapeuta, através do brincar, desenhar e falar, estabelece uma relação terapêutica com a criança, que lhe vai permitir desbloquear as suas dificuldades e apoiar a aquisição dos recursos e competências que precisa, para continuar o seu desenvolvimento de forma harmoniosa.É importante o envolvimento dos pais em todo o processo e a sua presença em algumas sessões, será importante que o pai e a mãe ajudem a criança a aplicar em casa práticas iniciadas em consulta. Considera-se pertinente que seja acordado com o pai e a mãe o número de sessões a realizar, e que no final destas seja realizada uma reavaliação conjunta de todo o processo.

Avaliação psicológica da prontidão escolar

A avaliação psicológica da prontidão escolar é direcionada a crianças em idade pré-escolar cuja entrada no 1º ciclo do Ensino Básico esteja a ser ponderada, e tem por objetivo analisar a possibilidade de antecipar ou adiar a entrada na escolaridade obrigatória. Algumas crianças podem apresentar um desenvolvimento mais tardio ou mais precoce quando comparadas à maioria das crianças da mesma idade. Ou seja, revelem desde cedo alterações desenvolvimentais, nomeadamente ao nível da linguagem, do raciocínio, da memória visual e auditiva, da consciência fonológica, da aquisição de conceitos quantitativos e das competências sociais.

A entrada antecipada no 1º Ciclo do Ensino Básico é analisada quando a criança revela um desenvolvimento precoce se comparada com a maioria das crianças da mesma idade.

A avaliação da prontidão escolar da criança tem por objetivo avaliar a maturidade,o desenvolvimento social e as competências com maior influência para a aprendizagem da leitura, escrita e aritmética. Esta avaliação permite elaborar o perfil desenvolvimental da criança (identificando áreas fortes e fracas), caracterizar o seu potencial de aprendizagem bem como identificar necessidades de intervenção.

Dificuldades de Aprendizagem

As dificuldades de aprendizagem resultam de uma discrepância significativa entre o potencial intelectual da/o criança/adolescente e o seu nível de realização (Bateman, 1965). Esta consulta tem como objetivo, avaliar as competências académicas da criança ou do adolescente, identificando as dificuldades de aprendizagem e sua tipologia. Após avaliação, é desenvolvido um plano de intervenção ao nível da psicologia e/ou encaminhamento para uma terapia mais adequada.

Nem todas as crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem se manifestam da mesma forma, podendo estas manifestarem-se na aquisição e uso da compreensão auditiva, na fala, na leitura, na escrita, raciocínio e/ou aritmética. As dificuldades de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar bem como nas atividades da vida diária que exigem competências de leitura, escrita, cálculo, raciocínio numérico ou raciocínio lógico abstrato.
As dificuldades de aprendizagem não desaparecem com a idade (Correia, 2008) sendo de extrema importância uma avaliação e uma intervenção adequada.

Podemos distinguir quatro dificuldades específicas de aprendizagem, nomeadamente a dislexia, a disgrafia, a discalculia e a disortografia.

A dislexia é uma perturbação que se manifesta na dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita, mais especificamente: dificuldade de distinção ou memorização de letras ou grupos de letras; problemas de ordenação, ritmo e estruturação das frases; bem como o comprometimento da associação entre o grafema, (letra impressa), e o fonema, (som da letra). A leitura oral ou silenciosa é lenta levando a dificuldades de compreensão que podem impedir o desenvolvimento do vocabulário e a aquisição de conhecimentos. Será importante ter em atenção os sinais de alerta, sendo referência o que fazem a maioria dos indivíduos da mesma idade.

Ao nível do ensino pré-escolar destacam-se como sinais de alerta (Correia, 2014):

  • Início tardio da marcha
  • Dificuldades em atividades motoras relativamente à maioria das crianças da mesma idade (exemplos: agarrar uma colher, chutar uma bola, …)
  • Início tardio do desenvolvimento da linguagem (articulação, fluidez, consciência fonológica, vocabulário…)
  • Dificuldade em aprender rimas, poemas, cantigas, lengalengas, simples
  • Dificuldade no reconhecimento das letras do seu nome
  • Confusão entre a esquerda e a direita (lateralidade)
  • Confusão entre cores, forma, tamanhos e posições
  • Atraso na integração do esquema corporal.
  • Problemas motivacionais

Ao nível do 1º ano de escolaridade destacam-se os seguintes sinais de alerta (Correia, 2014):

  • Dificuldade motora na execução de trabalhos manuais e desenho das letras
  • Dificuldade em noções temporais (ontem/hoje/amanhã, antes/agora/depois)
  • Falhas de análise sonora das letras ou grafemas (incapacidade para ler fonologicamente)
  • Dificuldade na codificação fonológica (fonética verbal) – dificuldade em transformar letras ou palavras num código verbal
  • Dificuldade em ler palavras monossilábicas e em
    soletrar palavras simples
  • Compreensão verbal deficiente
  • Falta de interesse por livros impressos
  • Fuga a atividades de leitura.

Após o 2º ano de escolaridade é importante ter atenção aos seguintes sinais de alerta (Correia, 2014):

  • Utilização de vocabulário reduzido e impreciso
  • Problema linguístico na área da sintaxe (vocabulário reduzido, menor fluidez nas descrições verbais e na elaboração sintática (formação de frases)
  • Incapacidade para responder rapidamente a uma questão
  • Dificuldade na memorização de datas, nomes e números de telefone
  • Dificuldade em compreender piadas, provérbios, lengalengas
  • Dificuldades com a memorização e repetição das sequências (exemplo: dias da semana, meses, tabuada)
  • Leitura lenta, silábica, decifratória; dificuldade em ler palavras novas
  • Nível de leitura abaixo do esperado para a sua idade
  • Recusa em ler em frente à turma
  • Atenção instável

A disgrafia pode ser definida como uma alteração da escrita no que respeita à forma ou ao significado – a caligrafia é deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal proporcionadas.

A disortografia pode ser definida como a incapacidade de estruturar gramaticalmente a linguagem.
Manifesta-se no desconhecimento ou negligência das regras gramaticais, confusão nos artículos e pequenas palavras. Em graus menos severos identifica-se pela troca de plurais, falta de acentos ou erros de ortografia em palavras correntes ou na correspondência incorreta entre o som e o símbolo escrito, (omissões, adições, substituições, etc). Ou seja, há um conjunto de erros da escrita que afetam a palavra apesar de não influenciarem o seu traçado ou grafia.

A criança ou o adolescente com disortografia apresenta dificuldades persistentes e recorrentes na composição de textos escritos (organização, estruturação e composição), uma construção frásica pobre e geralmente curta, e múltiplos erros ortográficos.
Na escrita da palavra é frequente encontrar erros como: a substituição de letras semelhantes; omissões e adições, inversões e rotações; uniões e separações; a utilização de “n“ em vez de “m“ antes de “p“ ou “b“; ou a substituição de “r“ por “rr“.

A discalculia pode ser definida como uma dificuldade de aprendizagem ao nível do cálculo. Estas dificuldades podem manifestar-se em vários níveis da aprendizagem, nomeadamente: leitura, escrita e compreensão de números ou símbolos; compreensão de conceitos e regras matemáticas; memorização de factos ou conceitos ou no raciocínio abstrato.

A criança ou adolescente apresenta dificuldades: na identificação (visual e auditiva) dos números; em estabelecer uma correspondência recíproca (associar o numero à quantidade); ao efetuar contagens; na compreensão de símbolos, conjuntos, quantidades e na linguagem matemática na sua generalidade; ao efetuar cálculos (mesmo os cálculos mais simples são resolvidos de forma lenta); na compreensão do conceito de medida; em identificar e dizer as horas; na compreensão do valor das moedas; na resolução de problemas orais.