Dia Mundial das Doenças Digestivas
Prof. Ricardo Marcos-Pinto
O número de doenças digestivas em Portugal está a aumentar.
Mais de 150 mil portugueses estão infetados com hepatite C, entre 10 a 20 por cento da população sofre de refluxo gastro-esofágico e todos os anos surgem 300 novos casos de doença de Crohn, uma doença crónica inflamatória intestinal.
No amplo espectro de patologias da área gastrenterológica, incluem-se todas as que afetam o tubo digestivo – esófago, estômago, intestino delgado e colon – assim como as vias biliares, fígado e o pâncreas.
Por outro lado os cancros do colon e reto têm grande impacto na população portuguesa.
O Cancro Colon e Reto (CCR) é a primeira causa de morte por cancro em Portugal (11 mortes por dia; 4000 mortes por ano).
A evidência disponível mostra que o rastreio do (CCR) tem tido sucesso na redução da incidência e da mortalidade por ele causada. A colonoscopia como ferramenta de rastreio primário ou exame de vigilância tem contribuído para este pressuposto.
As novas tecnologias como a cromoscopia eletrónica e o uso de dióxido de carbono como gás de insuflação têm permitido uma melhoria na deteção de lesões precursoras (pólipos/adenomas) e na segurança do exame.
As recomendações internacionais recomendam o início do diagnóstico precoce a partir dos 50 anos. Contudo, o momento certo depende do risco individual de cada pessoa de desenvolver a doença.
A vigilância e timing pós colonoscopia é determinada também por fatores familiares e pelo risco individual.
O Cancro Gástrico é também um dos cancros mais prevalentes em Portugal onde apresenta uma das maiores incidências a nível Mundial e o dobro da incidência média da União Europeia.
Como fator de risco ambiental apresenta o consumo de alimentos processados, ricos em nitritos e salgados, mas o maior risco está relacionado com a infeção por uma bactéria denominada Helicobacterpylori. Se a infeção for tratada precocemente confere uma proteção para o desenvolvimento da patologia o que é importante nos doentes com gastrite atrófica e história familiar de cancro gástrico.
Dispomos hoje de métodos eficazes no diagnóstico precoce do cancro propriamente dito e das suas condições precursoras nomeadamente a Endoscopia Digestiva com cromoscopia eletrónica.