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Patologia dos Seios Perinasais (Sinusite)

A sinusite é a inflamação da mucosa de um ou mais seios perinasais, que provoca sintomatologia como dor de cabeça, pressão facial, obstrução nasal (nariz entupido), e redução ou ausência de cheiro, entre outros.

Os seios perinasais são cavidades aéreas localizadas no esqueleto facial ao lado das fossas nasais e revestidos por uma mucosa idêntica à do restante aparelho respiratório. Os seios perinasais organizam-se em seios frontais, maxilares, etmoidais e esfenoidais. As fossas nasais têm a função de filtrar, humedecer e aquecer o ar que é inspirado para os pulmões, favorecendo assim as trocas gasosas. Quando essas funções estão comprometidas por um processo de rinite ou sinusite, isto impacta consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes.

Em termos de duração, as sinusites podem ser divididas em aguda ou crónica.

O termo sinusite aguda é aplicado quando os sintomas têm uma duração inferior a 4 semanas.
O conceito de sinusite aguda recorrente é referido sempre que ocorram 4 ou mais episódios por ano, com 7 a 10 dias de duração.

O sinusite crónica aplica-se quando a perturbação inflamatória ou infeciosa dos seios perinasais dura mais do que 12 semanas, ou seja, quando é persistente no tempo.
Na sinusite crónica, ao contrário da sinusite/rinosinusite aguda, o processo inflamatório pode estar apenas confinado aos seios perinasais sem envolvimento da mucosa nasal.

Na fase mais intensa, os sintomas de sinusite são os seguintes:

  • Dor ou pressão facial, agravada com a inclinação da cabeça, com localização variável, consoante o seio ou seios mais afetados (sintoma major);
  • Obstrução nasal com corrimento nasal purulento anterior ou posterior (sintoma major);
  • Hiposmia ou anosmia, ou seja, a redução ou ausência de cheiro (sintoma major);
  • Febre (sintoma major);
  • Cefaleias (dor de cabeça), halitose (mau hálito), odontalgia, otalgia / sensação de plenitude auricular, tosse, fadiga ou cansaço (sintoma minor).

As causas da sinusite podem ser de origem vírica (mais frequentes), bacteriana ou fúngica, sendo que esta última etiologia é a mais rara.

Na criança, a sinusite também é frequente e inicia-se geralmente por um processo de infeção viral das vias aéreas superiores que posteriormente evolui para uma infeção bacteriana. Em idade pediátrica, as adenóides contribuem para o aparecimento de rinosinusites agudas ao funcionarem com um reservatório bacteriano.

O diagnóstico de sinusite/rinosinusite deve ser efetuado pelo médico otorrinolaringologista (ORL), levando em consideração os seguintes aspetos:

  • História clínica (sintomas e evolução temporal);
  • Exame objetivo: Rinoscopia anterior (mucosa nasal hipermiada e edemaciada com exsudado purulento proveniente do meato médio ou superior ), palpação dolorosa dos seios perinasais e rinorreia posterior na orofaringe;
  • Exames de imagem (raio x ou radiografia simples dos seios perinasais ou preferencialmente tomografia computadorizada (TAC) dos seios perinasais).

Nos primeiros 3 a 5 dias da doença, a causa mais frequente é a origem vírica, pelo que o tratamento recomendado consiste em:

  • Anti-inflamatórios não esteróides ou analgésicos simples, tais como o paracetamol ou ibuprofeno;
  • Tratamentos por irrigações nasais com soluções salinas, (aerossóis) para humidificação das vias respiratórias;
  • Vasoconstritores nasais de venda livre em farmácia.

Ao fim de 5 dias de persistência dos sintomas ou em casos iniciais severos, situação em que estará em causa uma provável sinusite bacteriana, o tratamento, após avaliação médica, deve iniciar-se de imediato, tendo como objetivo de erradicar a bactéria, diminuir a duração dos sintomas, prevenir complicações e impedir a evolução para um processo crónico. Na maior parte desses casos, o recurso a antibiótico é inevitável.

Em casos crónicos, ou quando a sinusite é muito recidivante, pode colocar-se a opção de cirurgia para resolver os aspetos anatómicos que podem estar a agravar o quadro clínico.