Patologia dos Seios Perinasais (Sinusite)

A sinusite é a inflamação da mucosa de um ou mais seios perinasais, que provoca sintomatologia como dor de cabeça, pressão facial, obstrução nasal (nariz entupido), e redução ou ausência de cheiro, entre outros.

Os seios perinasais são cavidades aéreas localizadas no esqueleto facial ao lado das fossas nasais e revestidos por uma mucosa idêntica à do restante aparelho respiratório. Os seios perinasais organizam-se em seios frontais, maxilares, etmoidais e esfenoidais. As fossas nasais têm a função de filtrar, humedecer e aquecer o ar que é inspirado para os pulmões, favorecendo assim as trocas gasosas. Quando essas funções estão comprometidas por um processo de rinite ou sinusite, isto impacta consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes.

Em termos de duração, as sinusites podem ser divididas em aguda ou crónica.

O termo sinusite aguda é aplicado quando os sintomas têm uma duração inferior a 4 semanas.
O conceito de sinusite aguda recorrente é referido sempre que ocorram 4 ou mais episódios por ano, com 7 a 10 dias de duração.

O sinusite crónica aplica-se quando a perturbação inflamatória ou infeciosa dos seios perinasais dura mais do que 12 semanas, ou seja, quando é persistente no tempo.
Na sinusite crónica, ao contrário da sinusite/rinosinusite aguda, o processo inflamatório pode estar apenas confinado aos seios perinasais sem envolvimento da mucosa nasal.

Na fase mais intensa, os sintomas de sinusite são os seguintes:

  • Dor ou pressão facial, agravada com a inclinação da cabeça, com localização variável, consoante o seio ou seios mais afetados (sintoma major);
  • Obstrução nasal com corrimento nasal purulento anterior ou posterior (sintoma major);
  • Hiposmia ou anosmia, ou seja, a redução ou ausência de cheiro (sintoma major);
  • Febre (sintoma major);
  • Cefaleias (dor de cabeça), halitose (mau hálito), odontalgia, otalgia / sensação de plenitude auricular, tosse, fadiga ou cansaço (sintoma minor).

As causas da sinusite podem ser de origem vírica (mais frequentes), bacteriana ou fúngica, sendo que esta última etiologia é a mais rara.

Na criança, a sinusite também é frequente e inicia-se geralmente por um processo de infeção viral das vias aéreas superiores que posteriormente evolui para uma infeção bacteriana. Em idade pediátrica, as adenóides contribuem para o aparecimento de rinosinusites agudas ao funcionarem com um reservatório bacteriano.

O diagnóstico de sinusite/rinosinusite deve ser efetuado pelo médico otorrinolaringologista (ORL), levando em consideração os seguintes aspetos:

  • História clínica (sintomas e evolução temporal);
  • Exame objetivo: Rinoscopia anterior (mucosa nasal hipermiada e edemaciada com exsudado purulento proveniente do meato médio ou superior ), palpação dolorosa dos seios perinasais e rinorreia posterior na orofaringe;
  • Exames de imagem (raio x ou radiografia simples dos seios perinasais ou preferencialmente tomografia computadorizada (TAC) dos seios perinasais).

Nos primeiros 3 a 5 dias da doença, a causa mais frequente é a origem vírica, pelo que o tratamento recomendado consiste em:

  • Anti-inflamatórios não esteróides ou analgésicos simples, tais como o paracetamol ou ibuprofeno;
  • Tratamentos por irrigações nasais com soluções salinas, (aerossóis) para humidificação das vias respiratórias;
  • Vasoconstritores nasais de venda livre em farmácia.

Ao fim de 5 dias de persistência dos sintomas ou em casos iniciais severos, situação em que estará em causa uma provável sinusite bacteriana, o tratamento, após avaliação médica, deve iniciar-se de imediato, tendo como objetivo de erradicar a bactéria, diminuir a duração dos sintomas, prevenir complicações e impedir a evolução para um processo crónico. Na maior parte desses casos, o recurso a antibiótico é inevitável.

Em casos crónicos, ou quando a sinusite é muito recidivante, pode colocar-se a opção de cirurgia para resolver os aspetos anatómicos que podem estar a agravar o quadro clínico.

O Sofrimento do Jovem Adulto

O crescimento humano ocorre ao longo de várias etapas: bebé, infância, pré-escolar, escolar, adolescente, jovem adulto, meia idade e finalmente sénior num processo complexo com ganhos e perdas e que depende não só de fatores biológicos mas também de fatores ambientais e contextuais.

Como fatores ambientais não podemos esquecer que somos um produto cultural e sentimos o peso das expectativas sociais para desempenhar determinados papéis que a sociedade determina para as diferentes etapas do caminho, temos ainda de juntar a esta equação os fatores ligados aos momentos históricos que atravessamos: crises económicas, recessões, epidemias, guerras e fluxos migratórios… que afetam diretamente a sociedade e os movimentos políticos, sociais e económicos que em muito determinam a nossa vida e as nossas possíveis escolhas. Sem esquecer ainda dos “acontecimentos significativos de vida” como um fim de uma relação a morte de uma pessoa próxima, a perda de emprego, uma doença…. com impacto na forma como vamos moldando a nossa personalidade.

Ao longo do nosso ciclo de vida somos assim confrontados com várias crises muitas delas constituem marcos responsáveis pela forma como transitamos de uma fase para a seguinte. Desta forma, conseguimos classificar e compartimentar o que vai acontecendo como se as coisas se passassem com data e hora marcadas e com a ilusão de que em cada fase dispomos das ferramentas internas necessárias para lidar com sucesso perante os esperados desafios. Mas não é simples e muitas vezes nada fácil. Por exemplo, dizemos que a entrada no mundo adulto ocorre entre os 22 e os 28 anos mas mesmo num leque de 6 anos, há quem inicie mais cedo e há quem o faça mais tarde.

Um adolescente, em teoria, torna-se jovem adulto quando evidencia competências para experimentar a intimidade, em termos de afiliação e amor. O objetivo será ter uma relação a longo prazo e constituir família, o que implica uma carreira profissional, um assumir de responsabilidades e autonomia financeira. Este é o grande desafio dos jovens adultos. Se os desafios são uma alavanca para o crescimento com potenciais ganhos como um aumento da responsabilidade, maior reconhecimento, maior autonomia, podem constituir também uma importante fonte de ameaça. Corre-se, no entanto, o risco de não se conseguir lidar com o desafio e tender para o isolamento. A falta de emprego, um diminuto suporte familiar, as amizades que se diluem no tempo fragilizam a auto-estima. Aqui não se ganha, são as perdas que predominam. Os amigos que conseguiram ultrapassar o desafio da afiliação, têm agora outras responsabilidades, outros focos de interesse, parece que deixamos de caber na história deles. Aliás todos mostram as suas fantásticas histórias nas redes sociais como o Instagram. Os danos serão tudo aquilo que já “sabemos” que vai acabar por acontecer não tarda nada, a desesperança ou a desilusão de um futuro que se idealizou pautado por sentido de enraizamento ou uma vida com significado. Instalam-se emoções como o medo, a ansiedade, a impotência, a injustiça ou a revolta.

Não é de estranhar que muitos jovens adultos tragam para a consulta de psicologia problemas que no fundo estão relacionados com o sentido da vida.

Numa altura em que somos dominados pela tecnologia, que tudo acontece a grande velocidade e a felicidade se confunde com consumismo pode não ser nada fácil sentir que não se faz parte deste mundo, que estamos deslocados porque não estamos integrados nestas movimentações: sem emprego, ou sem um ordenado que permita a autonomia, sem uma rede de suporte social verdadeiramente ativa e próxima, podemos questionar o que somos e o quanto valemos caindo na angústia existencial de qual o sentido da vida.

Tendemos a acreditar que a nossa vida tem sentido quando percebemos continuidade nas nossas ações, quando nos orientamos por objetivos significativos de forma focada e motivada e quando sentimos que a nossa existência é importante para os outros. O sentido da vida depende, pois, de dois fatores: relações significativas e uma ocupação que nos realize, que pode ser uma carreira profissional, um hobbie ou algo de criativo que nos ocupe.

Durante as crises (perda de emprego, perda de relações, a própria noção de mortalidade…) é que nos vemos confrontados com a necessidade de reavaliar qual é o nosso propósito. Perante este cenário podemos reavaliar um acontecimento de forma a que ele encaixe o melhor possível nas nossas crenças e objetivos originais ou podemos rever as nossas crenças e objetivos para acomodar a nova informação – processo que pode levar muito tempo e nem sempre bem sucedido.

Estes períodos de agitação podem despoletar crises existências que podem dar azo a importantes oportunidades de crescimento. Estas são oportunidades de nos libertarmos do que nos faz mal – padrões de comportamento ou hábitos tóxicos – e explorar quem realmente somos e o que realmente importa para nós.

O consequente sofrimento mental é um sinal de adaptação do cérebro e portanto universal. É suposto ter uma duração curta no tempo, não ser grave e que não compromete significativamente o funcionamento da pessoa que responde bem ao suporte habitual e atividades de vida positivas. Para tal, é fundamental não colocar o sentido da vida nos prémios e progressões de carreira, ter o protótipo de família feliz e uma casa ideal ou um carro específico ou o topo de gama dos telemóveis. O sentido da vida está em todo lado, nas mais simples ações, como sair com amigos ou com a família, levar o cão a passear, ajudar as pessoas que nos rodeiam… Apreciar e estar grato pelas coisas mais banais pode promover o sentimento de pertença e de sentido de vida. Aceitar que é normal ter saudades dos tempos de juventude, dos amigos que seguiram outros rumos e é normal perceber com “amargo de boca” que o mundo não é o que nós pensávamos que era, que as desilusões fazem parte da vida, que não se vai fazer tudo quanto se imaginou e que os planos anteriormente delineados podem sofrer uma reviravolta.

Aceitar que a vida é dinâmica, tudo muda e o próprio desenvolvimento humano gere-se em função de processos de mudança pode trazer a serenidade de que toda a tormenta passa e que o sol nasce de novo.

Artigo por: Cláudia Gandra

Exercício na Gravidez

São bem conhecidos os efeitos benéficos da prática de exercício físico na saúde em geral, embora a mesma informação não esteja tão explícita e disponível no que respeita a um processo de importância tão notável quanto a gravidez.

A gravidez é acompanhada por modificações anatómicas e funcionais com grandes repercussões na biologia da mulher. A adaptação do corpo à gravidez proporciona as condições necessárias para o desenvolvimento e crescimento fetal e para a preparação dos processos necessários no momento do parto e amamentação.

A prática de exercício físico tem um papel essencial nesta fase da vida da mulher, apresentando benefícios para a mãe durante a gravidez, parto e pós-parto, para o feto e depois para o bebé. Os benefícios para a mãe são a prevenção de dor lombar, melhoria das capacidades metabólicas e cardiopulmonares, diminuição do risco de diabetes gestacional, diminuição da fadiga nas atividades da vida diária, controlo do peso, diminuição da ansiedade e depressão, melhoria da imagem corporal, ajuda no processo de parto e uma melhor recuperação pós-parto.

Relativamente ao feto são um maior desenvolvimento psicomotor e maturação do sistema nervoso, diminuição da frequência cardíaca fetal em repouso, melhoria da viabilidade da placenta, aumento dos níveis de líquido amniótico e aumento da idade gestacional. Os bebés tendem a nascer com um peso normal e apresentam uma melhor resposta a estímulos ambientais e luminosos, índices de Apgar superiores, maior desenvolvimento neurológico, melhor orientação e capacidade para se acalmar.

Face à evidência científica que comprova os benefícios da prática de exercício físico durante a gravidez, há cada vez mais mulheres que pretendem manter-se ativas. Desta forma, é necessário definir algumas questões quanto ao tipo, duração e frequência do exercício mais conveniente durante a gravidez.

São aconselhados exercícios de força e resistência e treino aeróbio de baixo impacto que envolvam grandes grupos musculares, tais como o caminhar, nadar, atividades na água, bicicleta estática, pilates clínico, treino com pesos moderados e treino específico para grávidas. O exercício deve ser praticado com uma frequência de 3-4 vezes por semana, com duração de 45 minutos, com uma intensidade abaixo dos 90% da frequência cardíaca máxima.

Existe outro grupo muscular que merece especial atenção durante esta fase: os músculos do pavimento pélvico. Devido às alterações hormonais que ocorrem durante a gravidez e ao crescimento em volume e peso do abdómen, a função de suporte exigida ao pavimento pélvico vai sendo cada vez maior. Assim, também pode ser necessário exercita-lo de forma adequada para manter estes músculos funcionais face à sobrecarga a que estão expostos ao longo da gravidez e evitar complicações como a incontinência urinária e prolapsos. Além disso, uma maior consciência da função dos músculos do pavimento pélvico poderá permitir que a mulher consiga ter um melhor controlo sobre o momento do parto.

Para todas as mulheres que querem praticar exercício durante a gravidez, nada como consultarem um fisioterapeuta com formação na área que desenvolva um programa de exercício personalizado e adaptado a cada mulher de forma a viverem esta fase em pleno e evitarem problemas futuros.

No entanto, qualquer que seja a condição física de uma mulher grávida, existem contraindicações que invalidam que a grávida pratique exercício devido ao risco para a saúde fetal e/ou materna, sendo necessário a permissão e acompanhamento médico para a inclusão em qualquer programa de exercício.

A Depressão em tempos de Covid-19

Perante a certeza de tanta incerteza, é natural que sejamos assolados por um cocktail de sentimentos: ansiedade, medo, preocupação, angustia, insatisfação, tristeza… e claro também alegria, satisfação, orgulho, realização (mas com estas últimas a preocupação é menor).

Se pensarmos num gelado com um cocktail de sabores, à medida que o saboreamos por vezes sentimos mais tristeza, outras vezes mais alegria, um toque de preocupação, acentua-se o medo, outras mais a tristeza, pleno relaxamento, e há mesmo momentos em que sentimentos um misto de sabores (emoções).

Devemos preocupar-nos quando, independente do número de sabores que o nosso gelado possa, o sabor que sentimos é maioritariamente o mesmo e o nosso comportamento associado vai tendo consequências na qualidade do nosso dia-a-dia.

Como lidar com a depressão em tempos de COVID-19?

É importante perceber que sentir tristeza reativa a acontecimentos de vida negativos consta de um processo desenvolvimental saudável, faz parte da vida de todos nós.

Por um lado, não nos podemos esquecer que estar triste é natural e normal, fomos dotados desta capacidade como forma de processar as experiências de vida que nos são dolorosas. Por outro, não podemos deixar que esta situação se instale indefinidamente, com muito sofrimento, e considerarmos que se trata apenas de tristeza que persiste em ficar.

Muito mais do que um sentimento de tristeza, a depressão é um problema de saúde que afeta simultaneamente o corpo e a mente, desde a forma como dormimos, nos alimentamos e até como encaramos o mundo que nos rodeia. As pessoas que sofrem de depressão podem sentir dificuldade em realizar algumas das tarefas mais simples do dia a dia, como sair da cama de manhã ou até vestir-se. A maioria das pessoas já sentiu algumas destas queixas sobretudo depois de terem passado por situações ou acontecimentos que as marcaram negativamente. No entanto, é fundamental estar atento a estes aspetos uma vez que a grande diferença será quanto à sua intensidade e duração/permanência e, uma vez que começam de forma gradual e crescente podem vir a fazer progressivamente parte de uma nova forma de funcionar tornando-se numa constante na sua vida.

Em qualquer situação de maior tensão ou stress há 3 aspetos que é importante dar particular atenção porque vão permitir restabelecer a rotina a nível biológico e psicológico:

  • O Sono: estabelecer uma hora certa para deitar e levantar, não ligar a televisão no quarto;
  • A Alimentação: estabelecer horas certas para as refeições principais, comer vegetais/fruta, evitar bebidas alcoólicas;
  • O Exercício Físico: fazer pelo menos 30 minutos de exercício físico ao ar livre.

Na situação atual de pandemia é também importante ter em consideração a relevância de:

  • Tentar seguir uma rotina tão normal quanto possível;
  • Limitar o tempo passado a ver as notícias e redes sociais;
  • Focarmo-nos no que podemos controlar
  • Manter as relações sociais com aqueles que nos são mais próximos (se possível presencialmente, à janela/varanda, fora de casa mas à distância, por videoconferência, por telefone, por mensagens).

A depressão é um problema de saúde mental sério que pode ser exacerbado pela pandemia de COVID-19. Será importante procurar ajuda profissional se experienciar alguns dos seguintes sinais, especialmente por um prolongado período:

  • Perda de interesse em coisas que anteriormente traziam prazer à pessoa;
  • Falta de energia significativa;
  • Irritabilidade e pessimismo;
  • Sentimento constante de tristeza e de vazio;
  • Dormir muito mais ou muito menos que o normal
  • Comer muito mais ou muito menos que o normal;
  • Agitação;
  • Pensamentos sobre a morte;
  • Dificuldades de concentração.

A depressão tem sido uma das perturbações psicológicas mais discutida e avaliava dada a sua grande expressão na comunidade (1 em cada 4 pessoas) e às suas consequências para o indivíduo, família e comunidade. Não descure a sua saúde mental.

Artigo por: Drª Marisa Fonseca (Psicóloga)

 

(fonte: https://www.adeb.pt/files/upload/guias/a-depressao-e-uma-doenca-que-se-trata.pdf)

Análises Clínicas, para quê?

Os exames complementares de diagnóstico, onde as análises clínicas se encaixam, têm como objetivo (como o próprio nome indica) complementar o exame realizado pelo clínico para obter um diagnóstico rigoroso.

Quanto mais rigoroso for o diagnóstico, mais ajustada será a terapêutica a implementar.

Apresentamos aqui alguns exemplos de análises e o interesse da sua determinação:

Hemograma
É uma das técnicas laboratoriais que mais informações proporcionam, permite avaliar as 3 séries hematopoiéticas. A sua correta interpretação permite diagnosticar anemias (série rubra), infeções ou leucemias (série branca) e alterações da coagulação (plaquetas).

Plaquetas
São elementos produzidos na medula óssea cujo papel fundamental é a sua participação na hemóstase. Esta tem a finalidade de manter a fluidez do sangue (evitar tromboses) e impedir a saída de sangue dos vasos (evitar hemorragias).

Velocidade de Sedimentação
Varia com a concentração plasmática das proteínas implicadas na inflamação.

Glucose
Diagnóstico de distúrbios do metabolismo dos carbo-hidratos, nomeadamente da diabetes.
As consequências da diabetes não controlada podem ser devastadoras com complicações cardiovasculares, renais, oculares e até do SNC e periférico.

Colesterol e Triglicerídeos
Têm múltiplas funções biológicas (armazenamento de energia; formação de membranas; regulação imune vascular e nervosa; percursores de hormonas esteróides; transporte de vitaminas lipossolúveis- A, D, E e K).
Do ponto de vista clínico, o interesse destes reside na sua associação com alterações vasculares – aterosclerose.

Creatinina
Catabolito da creatina muscular é eliminada exclusivamente pelo rim por filtração.
O seu doseamento é o melhor critério de avaliação da filtração glomerular.

Ureia
É o principal produto final do metabolismo das proteínas. É predominantemente controlada pelos rins através da reabsorção e filtração.
Principal indicador de insuficiência renal.

Transaminases e GGT
Indicadores da lesão e função hepática.
A lesão ou aumento da permeabilidade do hepatócito ou a necrose celular levam à libertação das enzimas, aumentando a sua concentração a nível plasmático. Diagnostica doenças hepatobiliares (hepatites víricas ou medicamentosas, cirrose, obstrução aguda das vias biliares, etc.)

Urina
O exame sumário da urina fornece uma ampla variedade de informações úteis no que concerne a doenças envolvendo os rins e o trato urinário inferior.

Exame Bacteriológico
Permite identificar a bactéria responsável pela infeção e a sua resposta a diferentes antibióticos (se é sensível ou resistente).

Escrito por: Teresa Costa

Procalcitonina

A Procalcitonina é considerada um marcador de ajuda precoce na avaliação do risco de pacientes com Infeções Respiratórias.

A sua monitorização determina precocemente o risco de infeção secundária. A Procalcitonina (em conjunto com outros marcadores, como a PCR) é habitualmente usado para avaliar o risco de infeção bacteriana e a progressão para doença severa.

Em pacientes com suspeita confirmada de Infeção respiratória, a PCT é um marcador de decisão para o inicio de antibioterapia (recomendando-se esta em doentes com PCT>0.25 ug/L)

Estudos recentes indicam que também é um marcador valioso na corrente pandemia por COVID-19, identificando os pacientes de baixo , ou alto risco de coinfeção. De acordo com alguns relatórios em pacientes COVID positivo; a PCT>0.5ug/L revela um aumento de 5 vezes o risco de infeção severa, contrariamente aos pacientes com PCT<0.5.

Assim sendo,este marcador é recomendado como informação adicional tanto na admissão dos doentes com suspeita COVID, como na sua monitorização ao longo da doença, permitindo assim agir atempadamente na avaliação do risco de coinfeção bacteriana que pode levar a doença severa e sepsis.

COVID-19 – Alimentação Saudável para as Crianças

A pandemia por COVID-19 já tem importantes implicações humanas e sociais no quotidiano de cada português.

A alimentação na infância tem um papel determinante no crescimento e desenvolvimento das crianças e é neste período que se moldam os nossos gostos e preferências alimentares e que programamos a nossa saúde futura.

Em Portugal, 29.6% das crianças entre os 6 e os 9 anos têm excesso de peso, incluindo obesidade. Nos últimos anos, houve um decréscimo desta tendência, e só iremos conseguir manter esta tendência decrescente se formos todos agentes promotores da alimentação saudável, nomeadamente nestes momentos em que as crianças passam mais tempo em casa.

Regras para uma alimentação saudável nas crianças:

 

1. Coma mais fruta e hortícolas
Comer fruta e hortícolas nas quantidades necessárias é a regra de ouro da alimentação saudável. Coma sopa no início das refeições principais e 2 a 3 peças de frutas por dia.

 

 

 

 

 

2. Beba mais água do que bebidas açucaradas
As bebidas açucaradas (refrigerantes) são um dos produtos alimentares que mais contribuem para a ingestão de açúcar nas crianças adolescentes. Reduza o consumo destas bebidas. Promova em alternativa o consumo de água nas crianças é fundamental para uma alimentação saudável.

 

 

 

 

 

3. Evite os snacks hipercalóricos, ricos em sal, açúcar e gordura
A estratégia mais eficaz para evitar o consumo excessivo destes produtos alimentares é seguramente não comprar e substituir estes alimentos por outros mais saudáveis, mas saborosos à mesma.

 

 

 

 

 

4. Leite e derivados todos os dias mas na dose certa
São fonte de nutrientes essenciais como o cálcio e outros minerais e vitaminas. A quantidade diária não deve ultrapassar a 400-500 ml. Leia os rótulos e compare, e escolha os lácteos com menos açúcar, preferindo iogurtes sem aromas ou sem pedaços de fruta. A fruta pode ser adicionada em casa.
 

 

 

5. Faça uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo os princípios da roda dos alimentos
Devemos incentivar as crianças a comer alimentos de cada grupo da Roda dos Alimentos e a beber água diariamente. Devem comer em maior quantidade alimentos dos grupos com maior dimensão e em menor quantidade alimentos dos grupos mais pequenos. Lembre-se que o pescado, é uma das melhores fontes de iodo na nossa alimentação e a ingestão da quantidade correta assegura um adequado desenvolvimento cognitivo.

 

 

 

 

6. Chame os seus filhos para ajudar a cozinhar, é uma maneira deles aprenderem
Neste período, em que muitas vezes não sabemos o que fazer com os nossos filhos, há determinadas oportunidades que surgem para nos cultivar. Use este tempo, para ensinar os mais novos a cozinhar de forma saudável! É uma aprendizagem para a vida.

Dia Nacional do Doente Coronário

“Evitar o acidente vascular cerebral: um desejo e uma responsabilidade partilhada” (tema do ano de 2020)

Doença Coronária

A doença coronária, advém, na grande do processo de aterosclerose, na qual as gorduras se depositam ao longo dos anos nas paredes das artérias, acabando por formar um obstáculo, ao fluxo de sangue, num determinado órgão (coração ou cérebro, entre outros órgãos).
O aparecimento da doença coronária, dá-se por uma série de maus hábitos alimentares, efeitos tabágicos, sedentarismo, stress diário, obesidade, entre outros. Estes hábitos, são considerados fatores de risco para a aterosclerose, e a ela estão associados o nível alto de colesterol, a diabetes e ainda a hipertensão arterial.

Esta doença, pode manifestar-se por uma dor torácica passageira, resultante da falta de irrigação do miocárdio, ou por uma situação mais grave, o enfarte do miocárdio, em que este défice é mais prolongado.
Os fatores acima referidos, são aqueles onde devemos investir de modo a obtermos um maior e equilibrado estilo de vida.

É importante adotar um estilo de vida saudável, em que o nível de gorduras ingerido seja cada vez menor. É preponderante para o não aparecimento desta doença, deixar de fumar, assim como baixar os níveis da pressão arterial. O sedentarismo é outro fator de risco, que aumenta a probabilidade de contrair esta doença. É preciso, adotar um estilo de vida saudável, em que o nível de exercício físico seja de pelo menos 30 minutos diário.

Conhecer os principais sintomas do Enfarte Agudo do Miocárdio como dor no lado esquerdo do peito de forma de aperto, formigueiro no braço esquerdo, enjoos, náuseas, suores frios, controlo da ansiedade, pode salvar vidas.
A realização de exames médicos de rotina, também ajuda a prevenir o aparecimento desta doença.

Fontes:
SNS – Sistema Nacional de Saúde
DGS – Direção Geral de Saúde
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica

Dia Mundial da Hipertensão

Comemora-se, hoje dia 17 de maio, o Dia Mundial da Hipertensão. Responsável por ser a principal causa de morte prematura em todo o mundo, e em que 40% da população portuguesa é hipertensa, é imperativo divulgar a importância da prevenção, da deteção e do tratamento da hipertensão.

A pressão arterial (PA) é a força com que o sangue circula pelo interior das artérias do corpo. A hipertensão arterial (HTA) ocorre quando há um aumento da pressão exercida pelo sangue à sua passagem pelas artérias. A esta doença estão associadas várias causas, entre as quais a hereditariedade, os hábitos alimentares, hábitos tabágicos e alcoólicos e inclusive o stress que nos é imposto tanto na vida pessoal como na vida profissional.

A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, a longo prazo que quando não é diagnosticada precocemente nem tratada atempadamente, podendo trazer consequências graves para o organismo e principalmente para os rins, o cérebro e o coração.

Prevenir e reduzir os valores da hipertensão arterial é possível. Deve adotar algumas alterações no estilo de vida, de modo a controlar da Hipertensão Arterial como para a sua saúde em geral.

1. Reduzir a ingestão de sal na alimentação é fulcral para baixar a hipertensão arterial. Leia, por favor, os rótulos das embalagens, substitua o sal por ervas aromáticas, por exemplo.
2. Adote uma dieta rica e equilibrada em legumes e alimentos ricos em fibras e potássio. Reduza a ingestão de alimentos pré-cozinhados, carnes vermelhas, queijos curados.
3. Pratique exercício de forma regular. Ao praticar 4 dias por semana, aproximadamente 30 min por dia, pode diminuir os valores da hipertensão arterial, os benefícios para a sua saúde e bem-estar vão melhorar, nomeadamente a qualidade de sono e a disposição, aumento da autoestima e da energia, controlo de peso, redução do risco de doenças cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de cancro, etc.
4. Não descure a medicação, caso lhe tenha sido prescrita!
5. Deixe de fumar e corte na cafeína. Embora não afete todas as pessoas os valores da tensão arterial aumentam, pelo que convém não abusar no consumo destes.

Maio – Mês do Coração

Em Portugal, são diagnosticadas diariamente mais mortes por razões inerentes ao coração, não só devido ao sedentarismo mas também à acumulação de calorias/gorduras.

Neste mês de Maio, dedicado ao coração, inverta a sua situação se estiver neste caso. Enveredar por um estilo de vida mais saudável e desportivo são máximas que ouvimos diariamente mas nem sempre as adotamos mas se as cumprir diariamente a médio-longo prazo o seu corpo e a sua mente irão agradecer-lhe.

Alimentação

Comece por fazer alimentação variada, equilibrada e completa. Invista em leguminosas, peixe, carne branca e frutos secos. Habitue-se a tomar o seu pequeno-almoço em casa e coma fruta para intercalar as refeições.

Exercício Físico

Arranje tempo com os seus amigos para fazer caminhadas ao final do dia, inscreva-se num ginásio, mexa-se! O exercício físico combate o sedentarismo, e outras doenças graves como a diabetes, doenças cardiovasculares, como a hipertensão entre outros. A prática regular de desporto vai proporcionar-lhe o acréscimo de energia, bom humor e melhoria na capacidade cognitiva.

Conviva

A vida não é só trabalho, por isso, devemos separar o pessoal do profissional! Organize com os seus amigos, um jantar, cultive as suas amizades, porque de certeza já sentiu os benefícios que trazem a convivência com pessoas que lhe são queridas.

Vida Sexual

Os benefícios associados à prática sexual são muitos, como dormir melhor, diminuição do risco de enfarte, melhora o humor, entre outros. Se puder, tenha uma vida sexual ativa.

Não se esqueça que ao efetuar um diagnóstico precoce junto do seu médico cardiovascular e adotar um estilo de vida saudável diminuem o risco de contrair alguma doença do foro cardiovascular.